Educar é Partilhar...
A prática educativa baseada numa perspectiva libertadora e incentivadora de grupalidade pode ser uma ferramenta importante para quebrarmos uma atitude individualista. Uma prática que funcione tem que, em primeiro lugar, deixar de enxergar o aluno como um cliente/consumidor. Temos que desativar a idéia de casar educação com negócio; a palavra educação vem sendo destruída desde o momento em que as escolas são vistas como lugares que geram lucros. Nesse contexto, como promover uma educação que não prime pelo individualismo? Portanto, para colocar em funcionamento um projeto compartilhado e democrático, a escola precisa sair dessa trincheira capital. O discurso precisa ser coerente com a prática, senão a idéia de cooperação fica só na proposta da aula e não faz passagem para os corpos dos alunos e dos professores. É claro que, em muitos casos, nos tornamos desanimados a enfrentar ou liderar mudanças, até mesmo porque sozinho não se transforma nada. Ter uma equipe é fundamental para manter a força e a coerência de um projeto inovador e que recupere modos mais humanitários de convivência. Por exemplo, os instrumentos de avaliação, se bem utilizados, não precisam produzir competição nem exclusão. Lembro do Pierre Lévy quando nos diz que ninguém sabe tudo; todo mundo sabe alguma coisa e o conhecimento é da humanidade. Conhecer é sempre amplidão... Transmitir e compartilhar é passar ao outro a satisfação dessa experiência que é ganhar olhos novos.
Débora de Moraes Coelho,
Psicóloga da Clínica Intersecção: Consultoria Psicológica, Porto Alegre
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