FILOSOFAR É PRECISO...

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19.11.06

A minha felicidade não é a sua



No livro de Carlos Moraes, há um trecho em que uma mulher ouve a seguinte pergunta de um major:

Por que você não é feliz como todo mundo?
A mulher responde mais ou menos assim:
Como o senhor ousa dizer que não sou feliz? O que o senhor sabe do que eu digo para o meu marido depois do amor? E do que eu sinto quando ouço Vivaldi? E do que eu rio com meu filho? E por que mundos viajo quando leio Murilo Mendes? A sua felicidade, que eu respeito, não é a minha, major.
E assim é. Temos a pretensão de decretar quem é feliz ou infeliz de acordo com nossa ótica particular, como se felicidade fosse algo que pudesse ser visualizado. Somos apresentados a alguém com olheiras profundas e imediatamente passamos a lamentar suas prováveis noites insones causadas por problemas tortuosos. Ou alguém faz uma queixa infantil da esposa e rapidamente decretamos que é um fracassado no amor, que seu casamento deve ser um inferno. É nestas horas que junto à ponta dos cinco dedos da mão e sacudo no ar, feito uma italiana indignada: mas que sabemos nós da vida dos outros, catzo?
Nossos momentos felizes se dão, quase todos na intimidade, quando ninguém está nos vendo. O barulho da chave da porta, de madrugada, trazendo um adolescente de volta para casa. O cálice de vinho oferecido por uma amiga com quem acabamos de fazer as pazes. Sentar no cinema, sozinho, para assistir ao filme tão esperado. Depois de anos com o coração em marcha lenta, rever um ex-amor e descobrir que ainda é capaz de sentir palpitações. Os acordos secretos que temos com filhos, netos, amigos. A emoção provocada por uma frase de um livro. A felicidade de uma cura. E a infelicidade aceita como parte do jogo – ninguém é tão feliz quanto aquele que lida bem com suas precariedades.
O que sei eu com aquele que parece radiante e aquela outra que parece à beira do suicídio? Eles podem parecer o que for, e eu seguirei sem saber de nada, sem saber de onde eles extraem prazer e dor, como administram seus azedumes e seus êxtases, e muito menos a quanto anda a conotação de felicidade em suas vidas.
Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter – somos muitas vezes juízes da vida alheia – mas é um atrevimento nos outorgar o direito de reconhecer, apenas pelas aparências, quem sofre e quem está em paz.
A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só se permitirmos.

Filosofia -
Texto extraído da Zero Hora - 20/4/2005.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

ÉTICA É?
Ética é aprender as lições da vida é enfrentar algumas barreiras que a vida nos oferece,e também aprender a respeitar as raças,cultura e religiões seja elas quais for.
A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são,mas que não são fáceis de explicar,quando alguém pergunta.Mas sabemos também que todos precisam ter uma boa resposta para uma boa lição.

NOME:Bruna Andrade e Alessandra
TURMA:1º 114

8:21 PM  

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